Ilissínio Duarte
Campanhã, com seu orago, Nossa Senhora de Campanhã, celebrada a 8 de Setembro, ter-se-ia chamado inicialmente Los Azares, que deu lugar a Lusares, pelo menos nos da minha geração e mais antigas, que me contam histórias. No século IX ainda havia guerra entre cristãos e mouros. O Padroado secular, que foi doado por Maria Anes de Fralães (mulher de D. Egas Correia) e sua filha D. Teresa Gomes Correia ao então Bispo do Porto, D. Sancho Pires, em 1297.
Foi Comenda da Ordem de Cristo, com seus comendadores de Alva. Por alvará régio de 20.07.1835, foi agraciado com o título de primeiro barão, a seguir a visconde 21.05.1844 e por último Conde 30.09.1862, D. Baltazar de Almeida Pimentel, e por graça de Dona Maria II e confirmada em carta de Dom Luís I.
Sua esposa, Condessa Dona Maria Bernardina de Passos Almeida Pimentel, que faleceu em 21.01.1849 sem descendentes.
O Conde Campanhã faleceu em 1849. Não houve descendência e o título passou a Dona Mariana. Foi a segunda Condessa dessa família. Nasceu a 23.04.1833 e em 08.02.1877 casou com o cunhado João Rodrigues da Silva Santos.
Não sendo descendente directo do 1.º Conde, os seus títulos extinguiram-se. Já morreu muita gente, mas vamos falar sobre notas retrospectivas.
O Tenente-general Baltazar de Almeida Pimentel era muito ligado a D. Fernando II. Nasceu em Almeida, 18.10.1791, e, como já vimos, em 1835 casou com a citada Dona Maria Bernardina.
Assentou praça como cadete em 1799 no Regimento de Infantaria de Penamacor. Alinhou na Legião Portuguesa organizada por Junot.
Esteve nas campanhas militares dos exércitos napoleónicos na Áustria, em 1807. Em 1812, na Rússia e na Prússia em 1813.
Após a Revolução Liberal de 24 de Agosto de 1820 foi ajudante de campo do General Sepúlveda. (Que o meu querido e saudoso professor Dr. Luís Afonso, já falecido há muitos anos me perdoe a citação de talgente).
Voltando ao tenente-general Baltazar de Almeida Pimentel realçamos mais uma vez que D. Baltazar de Almeida foi ajudante de campo do General Sepúlveda.
Foi Governador, capitão geral dos Açores. Fez parte dos Bravos do Mindelo. Há quem prefira afirmar que foi em Pampelido ajudante de campo de D. Pedro IV, e tomou parte nos combates do Cerco do Porto. E assim, Campanhã dá para toda a obra. Vae Victis.