O Santuário de Fátima, como santuário jubilar e para assinalar 2000 anos do nascimento de Jesus, está a construir, na principal entrada do recinto, um pórtico que deverá ser inaugurado no dia de Natal, exprimindo a frase do apóstolo S. João: "Eu sou a Porta. Se alguém entrar por Mim, será salvo." Ele propõe um novo e discreto ritual de entrada no Santuário de Fátima, apelando à compreensão do sentido mais profundo do Jubileu.
Constituído por dois muros de betão branco, afastados entre si, apresentará uma porta estreita em relação à actual entrada, para simbolizar o esforço de ascese que é necessário para chegar à purificação. Nos muros estará, em diversas línguas, a inscrição de S. João: "Deus é amor". E, nos topos, a expressão: 'Jubilaeum 2000'. Junto aos muros, haverá planos de água, com iluminação submersa, a simbolizar a purificação.
Presépio
Na noite de Natal, será inaugurado ainda um presépio, da autoria do artista José Aurélio, de Alcobaça, vencedor de um concurso de escultura promovido pela Reitoria deste Santuário. Esta obra de arte, que tem a forma dominante de um triângulo, por referência à Santíssima Trindade, tem cinco metros de altura e outros cinco de largura. Foi feito em chapa de aço inox e será colocada no patamar da escadaria da Basílica, durante o tempo litúrgico de Natal. José Aurélio é o autor da imagem de Santa Maria, Mãe do Tempo Novo, que em Santa Maria da Feira quer marcar o início do novo milénio.
Basílica
A coroa da torre da Basílica de Fátima, que pesa sete mil quilos, está restaurada. Waldemar Karwowski, artista plástico norte-americano, ofereceu o seu trabalho e os materiais necessários para o restauro que foi feito em Agosto.A ideia do restauro surgiu de uma visita que fizera a Fátima, tendo ficado impressionado pela beleza do Santuário, tendo notado, entretanto, que a coroa da Basílica necessitava de ser dourada.
Durante estes trabalhos, foi colocada uma nova cruz na torre da Basílica, de aço inoxidável, para substituir a de metal que se encontrava muito estragada. À semelhança da anterior, esta cruz também está iluminada, podendo, de noite, ser visível a longa distância.
Redescobrir o sentido do Domingo
Realizado por algumas das freguesias da vigararia de Lourinhã, Peniche, realizou-se há pouco um Congresso sobre o Domingo, o Dia do Senhor, com o objectivo de ajudar a "redescobrir o sentido do Domingo" e a "viver o Domingo na celebração do Jubileu, vivendo a Eucaristia como sacramento de comunhão e de missão".
A temática do Domingo foi abordada em diversas perspectivas, nomeadamente: Dia do Senhor, da Fé em Jesus Cristo, da Igreja, da Eucaristia, da Festa , do Descanso, da Solidariedade e da Cultura. E o Domingo, " o Dia da Ressurreição de Cristo, em que a Igreja celebra o Mistério Pascal" apareceu como "primordial Dia da Festa", devendo as celebrações da Eucaristia revestirem-se "de mais festa". E o Domingo não pode ficar-se "pela Eucaristia e pelo descanso" mas deve ser "um tempo de evangelização e de solicitude pelos mais pobres", uma proposta que se abre como grande desafio ao voluntariado.
Evangelização dos ciganos
A Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos (ONPC) salientou, no seu 26º Encontro Nacional que teve lugar em Fátima, em meados de Novembro, que "a população cigana está a evoluir nas suas expectativas de emprego" mas carece de uma maior atenção social e também por parte da Igreja.
A atenção aos excluídos deverá incluir "visitas aos acampamentos dos ciganos e o fomento da inclusão personalizada e acompanhada dos ciganos nas escolas e em catequeses adaptadas" à sua cultura. Prometeu a ONPC facilitar "a criação de grupos de ciganos que se empenhem na evangelização progressiva dos outros ciganos, num espírito ecuménico". E salientou que faltam "pontes" entre as comunidades ciganas e a sociedade.
D. Januário Ferreira, presidente da Comissão Episcopal das Migrações, salientou que "a evangelização da população cigana é fascinante mas ao mesmo tempo difícil, dadas, por um lado, as tradições históricas e a riqueza cultural deste povo, e por outro os preconceitos e o desconhecimento que a opinião pública tem relativamente a esta cultura". E concluiu dizendo que toda a evangelização deve ser um processo de humanização e que "os melhores apóstolos dos ciganos são os próprios ciganos".